Os três importantes princípios do utilitarismo neoclássico eram: (1) a teoria da distribuição baseada na produtividade marginal, que manifestava o capitalismo concorrencial conforme um ideal de justiça distributiva; (2) o argumento da “mão invisível”, que retratava o capitalismo como um ideal de racionalidade e eficiência e (3) a fé na natureza automática e autorregulável do mercado, que demonstrava que as principais funções do governo deveriam ser fazer cumprir os contratos e defender os poderes e os privilégios da propriedade privada. Os supracitados três pilares utilitarista representava um disfarce das realidades do capitalismo mas promovia a aceitação da busca incontida do lucro. O argumento em favor dos mercados autoajustáveis (Lei de Say) era um argumento eficaz para a limitação das funções dos governos. No entanto, o sistema capitalista de mercado nunca se ajustou tranquila e automaticamente ao equilíbrio com pleno emprego, o sistema capitalista de mercado sempre foi anárquico: a história do capitalismo é uma história de instabilidade econômica. No século XVIII e no começo do século XIX os capitalistas não controlavam inteiramente os governos existentes, a situação tinha mudado em fins do século XIX e início do século XX. Os governos dos países capitalistas estavam, firmemente, nas mãos dos capitalistas. Nessas circunstâncias, não é de admirar que os capitalistas se tenham voltado para o governo como o único meio possível de escapar da concorrência ruinosa de fins do século XIX e das depressões extremamente custosas resultantes da anarquia do mercado. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Lei do Comércio Interestadual, de 1887, criou a Comissão de Comércio Interestadual, que se destinava, ostensivamente, a regulamentar as estradas de ferro, a fim de promover o interesse público. Essa foi apenas a primeira de uma longa série de comissões reguladoras do governo, supostamente criadas para o mesmo fim. Outro exemplo é a A lei Sherman de 1890 (Sherman Act, em