Canto VI
Depois das festas de despedida, a armada portuguesa parte de Melinde para continuar a sua viagem até à Índia, levando consigo um piloto melindano. Enquanto isso, Baco vai ao palácio de Neptuno para tentar colocar os deuses marinhos contra os portugueses, pois estes estão quase a atingir o seu império na Índia. Depois de recebido por Neptuno, Baco explica-lhe os motivos da sua presença. Ordenado por Neptuno, Tritão convoca todos os Deuses marinhos para o consílio. Quando reunidos, Baco discursa, apresentando de forma honesta e clara os motivos que o levaram a lá ir. A certa altura é interrompido pelas suas lágrimas, o que leva a que todos os outros deuses fiquem do seu lado. Éolo, a pedido de Neptuno, solta os ventos originando uma tempestade com o intuito de destruir os portugueses (Episódio da Tempestade).
Os portugueses estavam entretidos a contar histórias quando dão conta da chegada da tempestade. A força dos ventos é tal que não têm tempo de subir as velas, acabando estas por se romper, e os mastros por se quebrar. Na armada, a situação estava bastante caótica, as pessoas gritavam e, conseguiam avistar de perto a desgraça. Vasco da Gama sente-se perdido e pede ajuda à Divina Guarda Estrofes 81 e 82)
Apercebendo-se do perigo, Vénus manda as Ninfas amorosas acalmarem a fúria dos ventos. Quando a tempestade se acalmou, era já de manhã e o piloto avistava a costa de Calecute. O Canto VI termina com a oração de agradecimento de Vasco da Gama, e com uma reflexão do poeta sobre o verdadeiro valor da Glória e da Fama.
Explicitar o posicionamento/crítica do poeta face à situação enumerada
Nesta reflexão, o poeta valoriza a honra e a glória alcançadas por mérito próprio, considerando que a nobreza não é um título que se herda. Camões introduz, desta forma, um novo conceito de nobreza, em que a virtude e a honra são os únicos meios de aquisição da experiência e do conhecimento. Este novo conceito