candomble
Milena Xibile Batista1
Orientador: Osvaldo Martins de Oliveira2.
RESUMO
A tradição oral nas comunidades de terreiro é um dos elementos demarcadores da construção da sua identidade. Os terreiros de candomblé desenvolvem uma organização interna a partir do aprendizado hierarquicamente transmitido por aqueles (as) considerados mais sábios e antigos, detentores dos saberes e segredos. A realização de uma etnografia em curso para compreender como a transmissão cultural ocorre é o objetivo principal desse trabalho. Entre as observações etnográficas em curso, verifico as preocupações dos integrantes da comunidade de terreiro em transformar parte das tradições orais em produção escrita. A presente proposta surgiu da observação dos processos de reelaboração e transmissão de saberes a partir da memória da Ìyálórìsà
Rita D´Òsún, zeladora de Candomblé que está a frente do Ilé Àse Ìyá Omin Ewa.
Palavras-chave: candomblé - oralidade – transmissão cultural - identidade.
INTRODUÇÃO
“Mutumbá, minha mãe”. Essa é a frase de agradecimento quando uma pessoa mais velha ensina algo à outra mais jovem no Candomblé. Sendo uma das maneiras em que ocorre a transmissão dos saberes na referida religião de matriz africana escolhida para ser analisada no presente artigo, que na verdade é um ensaio de um projeto mais ambicioso que será realizado ao longo dos próximos dois anos, no Programa de PósGraduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo. O projeto tem como objetivo compreender o processo de formação da identidade das comunidades de terreiro, em especial no Estado do Espírito Santo.
A realização de uma etnografia em curso para compreender como a transmissão cultural ocorre é o objetivo principal desse trabalho. Entre as observações feitas até o momento, verifico as preocupações dos integrantes da comunidade de terreiro em transformar parte das tradições