Cancer de colo uterino
O câncer do colo do útero representa um contínuo desafio à prática clínica. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados, em 2008, 19.000 novos casos da doença no Brasil. Entre as mulheres brasileiras, o câncer do colo do útero é o terceiro mais comum. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o mais incidente na região Norte. Nas regiões Sul, Centro-Oeste e
Nordeste esse tipo de câncer ocupa a segunda posição em frequência, e na região
Sudeste, a quarta posição
Um dos métodos utilizados no combate ao câncer do colo do útero, que faz uso da radiação ionizante, é a radioterapia. A radioterapia se subdivide em teleterapia e braquiterapia. Na braquiterapia, as fontes colocadas próximas ao tumor são radioisótopos cujas radiações, ao penetrarem o tecido de interesse, liberam toda ou parte de sua energia localmente, levando à morte as células neoplásicas. A braquiterapia é usada, normalmente, como um tratamento complementar, após a paciente ter sido submetida a teleterapia.
A radioterapia é, sem dúvida, uma opção eficaz para tratar o câncer do colo do útero, mas também representa um perigo aos órgãos radiossensíveis localizados próximos ao útero, como o reto e a bexiga. No caso do reto, uma dose elevada pode causar complicações, com possibilidade de variar de diarréia episódica, espasmo retal e sangramento ocasional até ulceração localizada, estenose parcial, hemorragia recorrente e abundante, com necrose e obstrução, e, finalmente, a formação de fístula retovaginal.
Quando possível, são recomendáveis procedimentos para a avaliação das doses nos órgãos de risco, de modo a possibilitar a comparação desses valores de dose com aqueles oriundos do planejamento. Dessa forma, é verificada não só a correção do planejamento, mas também a dos procedimentos de irradiação da própria paciente. Isso pode ser feito adotando medidas in vivo, ou seja, avaliações de dose realizadas durante o tratamento da paciente