Canalização de córregos
A canalização de córregos, tanto subterrânea quanto a céu aberto, é desaconselhável devido ao impacto que causa, trazendo sempre um desequilíbrio ambiental que será percebido apenas em longo prazo. Não se trata apenas de se respeitar leis governamentais, mas sim, respeitar leis divinas da Natureza, das quais depende a nossa sobrevivência. Um córrego pode ser considerado um organismo vivo, cuja função é receber e transportar águas superficiais (pluviais) e subterrâneas que até ele chegam devido a lei da gravidade. Quando não aproveitadas imediatamente pela população de suas margens, as águas de um córrego serão transportadas até um rio, e aí, com certeza serão aproveitadas por alguém. Como exemplo, podemos citar as águas de todos os córregos de Limeira chegam ao rio Piracicaba que abastece várias cidades à jusante (rio abaixo) da foz do ribeirão Tatu. Todo curso d’água deve estar protegido pela respectiva mata ciliar, proporcional à sua largura, que mantém a estrutura e estabilidade de suas margens. As raízes mais finas da vegetação se entrelaçam e formam uma rede filtrante, similar aos geotexteis, que filtra águas subterrâneas e previne retroerosão; além disso, as raízes da mata absorvem metais pesados e até alguns poluentes dessas águas. A mata ciliar também é responsável pela manutenção da fauna. Tudo isso faz parte de um grande sistema cuja principal finalidade é manter a vida, inclusive a nossa. Matas ciliares e brejos são responsáveis, em parte, pelo equilíbrio higroscópico (umidade do ar) do meio, sem eles, não haveria vida, pois tudo secaria. A destruição de matas e brejos é o caminho mais curto para a desertificação e morte. O curso de um rio, isto é, seu traçado cheio de curvas, tem a finalidade de hidratar terrenos por onde passa, mantendo o nível do lençol freático da região, controlar a velocidade do fluxo e consequentemente sua vazão.