Água
O processo de expansão urbana da cidade de São Paulo fez com que às áreas de várzeas fossem ocupadas pela construção do sistema viário principal da cidade, as avenidas, tais como: dos Bandeirantes, Pacaembu, Aricanduva, Luís Inácio de Anhaia Melo, Roque Petroni Jr., Pirajussara, entre outras. Construídas aproximadamente na década de 1920, situadas nos fundos de vale, em função do relevo acidentado da região. Com a ocupação urbana os fundos de vales são canalizados e ocultos pela pavimentação das avenidas.
O sistema viário prevalece em relação ao ferroviário, nas décadas de 1950 à 1960 a expansão das avenidas induziu o crescimento da periferia. O que contribuiu ainda mais na degradação das várzeas e do meio ambiente.
“O agravamento da natureza e da escala dos impactos ambientais e a consciência social de suas consequências desencadeiam especialmente a partir da década de 1970, uma reação da sociedade na forma de preocupações especificas com o meio ambiente e as condições de vida no planeta.” (Travassos, ANO)
São expostas duas situações relacionadas à insustentabilidade associada ao espaço urbano no texto de Travassos: “as estratégias de sobrevivência da população pauperizada, por falta de opção de moradia e os problemas resultantes das opções de projetos e obras de estruturação da cidade pelo poder público.”
Nesse contexto, de (re)estruturação dos espaços intra-urbanos, insere-se o Programa de Canalização de Córregos Urbanos e Implantação de Avenidas de Fundo de Vale – Procav – da Prefeitura Municipal de São Paulo, que da continuidade às práticas correntes da secretaria de vias públicas – que canaliza os córregos e constrói avenidas lindeiras. O que diferencia o Procav dos planos e programas anteriores é principalmente uma mudança na justificativa e no discurso do programa. Os primeiros tinham como prioridade a estruturação viária, no Procav a motivação principal é a questão da drenagem e o reassentamento populacional. (Travassos, ANO)
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