CAMTRA
XAVIER, Aldemar Chagas. O tormento de Sísifo: um estudo do fenômeno da pauperização no capitalismo contemporâneo. Rio de Janeiro, 2010. Dissertação (Graduação em Serviço
Social) - Escola de Serviço Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
2010.
I. Pauperismo
O lumpen (indigentes e vadios) igual a lumpen-proletariado ou lumpemproletariado.
Um pauper (um indigente)
O indigente “(...) é o proletariado privado de toda e qualquer capacidade de trabalho”.
“(...) o pauperismo representa apenas a condição do proletariado arruinado, o último estágio no qual se afunda o proletário que se tornou incapaz de oferecer resistência à pressão da burguesia” (p. 199).
(Karl Marx e Friedrich Engels. A Idelogia Alemã. 1 ed. São Paulo: Boitempo, 2007)
O pauperismo constitui o asilo dos inválidos do exército ativo dos trabalhadores e o peso morto do exército industrial de reserva. Sua produção e sua necessidade se compreendem na produção e na necessidade da superpopulação relativa, e ambos constituem condição de existência da produção capitalista e do desenvolvimento da riqueza. O pauperismo faz parte das despesas extras da produção capitalista, mas o capital arranja sempre um meio de transferi-las para a classe trabalhadora e para a classe média inferior.
(Ibidem: 747-748)
II. Pobreza absoluta e pobreza relativa no Brasil
O que predomina no Brasil é a pauperização relativa nos setores que se inserem na expansão do emprego formal, assalariado, precarizado (instável e flexível) e a pauperização absoluta nas parcelas inseridas nas ocupações informais
(irregulares e inseguras) e no desemprego. Ocorre, portanto, a combinação dos dois processos de pauperização. Com o maior peso para a pauperização relativa.
Desse modo, não surgiu uma "nova classe média" no Brasil. O que acontece é a elevação do padrão de consumo dos setores médios inferiores e baixos da classe trabalhadora. Ou seja, o que de fato ocorre é a ampliação dos