Campos do jordão - desastre
Thais Tamara Andrade
1 – INTRODUÇÃO A distribuição das precipitações no território brasileiro mostra que em todas as regiões os valores máximos encontrados superam 100 mm, com registros que ultrapassam até 400 mm, em um período de 24 horas. Tais eventos severos são antecedidos, frequentemente, por semanas ou meses de chuvas constantes, que encharcam o solo, elevam o nível hidrostático e favorecem a ocorrência de enchentes e deslizamentos de encostas. Estesepisódios extremos são corriqueiros porque o território brasileiro se estende, aproximadamente, de 7o de latitude norte a 34o de latitude sul e, assim sendo, sofre a influência dos dois principais sistemas produtores de chuva do ponto de vista da circulação geral da atmosfera. A parte setentrional está sob a influência das baixas pressões equatoriais, formadas pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), atuante, sobretudo, pela área litorânea, e do doldrum, que gera a massa de ar equatorial continental, disposto sobre a Amazônia Ocidental. Ambos se deslocam de acordo com os solstícios e, no verão e princípios do outono, avançam pelo hemisfério sul. Enquanto a ZCIT propicia chuvas abundantes no litoral dos estados do norte e nordeste, o sistema amazônico responde por precipitações no sertão, no centro-oeste e no sudeste do país. O sul do Brasil está submetido à ação das baixas pressões subpolares, onde se formam as frentes frias e sistemas que lhe são associados, como os ciclones extratropicais. Graças aos contornos da América do Sul, que é muito estreita em sua parte meridional e a ausência de barreiras orográficas dispostas de leste para oeste, as frentes frias encontram facilidades, principalmente no final do outono e no inverno, para alcançar o litoral da região nordeste e o interior da Amazônia, onde provocam o fenômeno da friagem. As atividades frontais respondem pela maior parte das chuvas que