Campos de concentração
Treblinka, a coragem dos esquecidos
Enfraquecidos, humilhados, sem esperança, solitários e esquecidos pelo mundo. Assim estavam os prisioneiros no campo de extermínio de Treblinka nas semanas que antecederam o levante de 2 de agosto de 1943. Há sessenta anos, um ato de coragem sobre-humano surpreendeu os carrascos nazistas que guardavam o campo de Treblinka (na Polônia).
Enfraquecidos, humilhados, sem esperança, solitários e esquecidos pelo mundo. Assim estavam os prisioneiros no campo de extermínio de Treblinka nas semanas que antecederam o levante de 2 de agosto de 1943.
Foi o gesto derradeiro daqueles que sabiam que não lhes restava outro destino a não ser a morte e que, diante dessa certeza, preferiram morrer lutando. A revolta em Treblinka é mais um, entre tantos outros atos de coragem, que desmentem a versão de que os judeus foram para as câmaras de gás como "gado para o matadouro" e se soma à história da luta no Gueto de Varsóvia, à revolta e fuga dos campos de extermínio de Sobibor, Auschwitz, Minsk, Mazowiecki, Kruszaya, Krychow e outros. Embora nem sempre registrados nos livros de História ou nos documentos, os acontecimentos estão gravados na memória de quem vivenciou e sobreviveu à tragédia que assolou o povo judeu na Europa, nas décadas de 1930 e 1940.
Para alguns, tais levantes e revoltas podem ser considerados "inexpressivos" diante do número total de judeus – 6 milhões – mortos durante o massacre, fria e sistematicamente planejado pela máquina nazista com o objetivo primordial de aniquilar todos os judeus, indiscriminadamente. Para outros, mais do que o último alento de condenados à morte, foram atos de inacreditável coragem de homens que escreveram com seu sangue o legado que deixaram para o futuro: foram combatentes judeus, até o fim. Não há dúvidas de que o exemplo de sua coragem inspirou os milhares de sobreviventes que deixaram uma Europa que os traíra, à procura de um novo lar na Terra de Israel, a então