campaniça "aldeia nova"
AS MARCAS DO NEO-REALISMO PORTUGÛES NO CONTO A CAMPANIÇA
O presente texto tem por objetivo fazer uma análise literária do conto “A Campaniça” de Manuel da Fonseca, pertencenteao neo-realismo português. Este conto faz parte do livro Aldeia Nova publicado em 1942 onde mostra a habilidade do autor para escrever contos. Manoel da Fonseca , escritor português, “nasceu a 15 deoutubro de 1911, em Santiago do Cacém, e morreu a 11 de março de 1993, em Lisboa. Partiu ainda jovem para Lisboa para realizar estudos secundários, tendo desempenhado posteriormente na capital diversasatividades profissionais.” (INFOPÉDIA) Este poeta, romancista e cronista tem sua obra marcada pelo Alentejo, pelo neo-realismo e seu regionalismo, observando a natureza a sua volta.
O neo-realismoiniciou-se de 1939 para 1940 com o romande “Gaibéus”, de Alves Redol no período da Ditadura em Portugal. Não é uma escola preocupada em ficar falando de nomes de autores, mas sim das classes sociais,do grupo em si, tinham uma preocupação com as causas sociais e as desigualdades. Segundo Antônio José Saraiva, citado por Massaud Moisés, esse movimento se caracteriza pela “visão mais completa eintegrada dos homens, a consciência do dinamismo da realidade e a identificação do escritor com as forças transformadoras do mundo”. (MOISÉS, 1973, p. 336)O conto narra a história de um povo esquecidoem um lugarejo, Valgato, uma terra ruim, onde os moradores vivem da agricultura e não tem perspctiva de vida. Narrado em terceira pessoa, não tem uma história em si, mas uma junçao de fatos feita pelonarrador. Possui alguns personagens secundários como Zé Tarrinha, Venta Larga, Baleizão, Zé Gaio, a mãe de Maria Campaniça, e a personagem principal é Maria Campaniça que sempre sonhou em sair dali.Como foi visto no texto de Massaud, o neo-realismo restaura a ideia de literatura social, mostrando-se procupado com as desigualdades. No conto essa característica fica evidente quando se fala da...