Campanha família para todos
Panorama geral
A campanha Família para Todos, com o objetivo de conscientizar sobre a importância da adoção, foi lançada na terça-feira (24), em cerimônia no Palácio do Planalto. O governo quer enfatizar a adoção como um direito da criança. A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e a organização não-governamental
Aconchego.
O objetivo da campanha é sensibilizar a sociedade para a importância da adoção de crianças e adolescentes excluídos pelos perfis idealizados pela maior parte dos pais adotivos. Dos cerca de 29 mil meninos e meninas que vivem em abrigos no Brasil, apenas quatro mil estão aptos para adoção. Desse total, aproximadamente a metade é de raça negra e 21% possuem problemas de saúde como deficiência física ou intelectual, segundo dados divulgados pelo
Cadastro Nacional da Adoção (CNA) em abril.
Ao participar do lançamento da campanha, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, deu seu testemunho de pai adotivo de duas meninas.
"A adoção é mais que um ato de generosidade, é fundamental. Eu posso dizer que sou pai de duas meninas e nós [pais] é que fomos mais beneficiados com as meninas", disse.
A ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, ressaltou a necessidade de superar as escolhas muitas vezes motivadas por características étnicas e até pela pouca idade das crianças. "É necessário que a gente tenha consciência de que é também muito feliz adotar aquela criança de mais idade. Dessa maneira, vamos tirar mais de 4 mil crianças da situação de abandono", afirmou a ministra.
Perfil
Crianças brancas, do sexo feminino e com pouca idade. Esse é o perfil mais procurado pelas
26.938 famílias que estão na fila de adoção. Mas a realidade das 4.583 crianças e adolescentes que vivem hoje em abrigos é bem diferente. Enquanto a maioria (76%) dos interessados inscritos no Cadastro Nacional de Adoção