Calvinismo
Neste tópico serão investigados quatro principais representantes religiosos do ascetismo laico: o calvinismo, o pietismo, o metodismo e as seitas que se originaram do movimento batista.
A. O calvinismo. O calvinismo foi uma religião principalmente de países capitalisticamente desenvolvidos, como Inglaterra, França e Países Baixos. Seu dogma mais característico era a doutrina da predestinação, e este foi encarado e combatido como sendo um grande elemento de perigo político. Um exemplo de predestinação é que alguns homens estão predestinados à vida eterna, e outros não. Para Calvino, conforme surgiam mais polêmicas e controvérsias, a importância desse dogma aumentava. O interesse religioso do calvinista “não está no homem, mas somente em Deus. Deus não existe para os homens, mas estes por causa de Deus. E tudo o que acontece (…) só pode ter algum sentido como meio para a glória e a majestade de Deus” (WEBER, 1987, p. 71).
Para o homem que vivia na Reforma, a coisa mais importante era encontrar sua salvação eterna. Mas o caminho para encontrar sua salvação era solitário, pois nessa busca ninguém poderia ajudá-lo. “Nenhum sacerdote, pois o escolhido só por seu próprio coração podia entender a palavra de Deus” (WEBER, 1987, p. 72). A confissão também era um ato solitário. Não se deveria confiar e nem contar nada de comprometedor a ninguém, pois o único e verdadeiro confidente era Deus. No calvinismo, o mundo existia para glorificar a Deus e cumprir os seus mandamentos. Um dos mandamentos que deveriam ter prioridade para o crente era o “amor ao próximo”, mas com caráter objetivo e impessoal. Mas esse “amor ao próximo” deveria ser também um amor para si próprio, pois Deus só ajudava quem se ajudava. Assim, às vezes, o crente criava sua própria salvação, ou melhor, a convicção disso. O calvinista era um instrumento da vontade divina.
O Deus do calvinista requeria de seus fiéis, não apenas “boas obras” isoladas, mas