Cafés
O ano que se finda foi um dos piores para a cafeicultura ao longo da ultima década no que diz respeito a preços pagos pelo produto. Vimos as cotações recuarem a patamares que não eram praticados há mais de uma década em termos reais e a níveis não observados na Bolsa de Nova York há pelo menos cinco anos. Com base nesse cenário e também cientes de que essa possibilidade existia desde o ano passado, nós, na condição de presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), passamos diversas orientações aos produtores, como buscar os melhores momentos de mercado para comercializar parte de suas safras, que foram diversos, e, de forma alguma, cultivar novas áreas, ponto que defendemos desde 2011, haja vista que isso levaria a um — ainda que pequeno — excedente de oferta e mais pressão sobre as cotações. Por outro lado, em parceria com as demais instituições do setor, buscamos alternativas para que o produtor não fosse completamente afetado pela crise que se instalou na atividade cafeeira. Nesse sentido, negociamos com o Governo Federal um alicerce baseado em quatro pilares estruturadores: (i) prorrogação dos vencimentos da linha de estocagem 2012 do Funcafé; (ii) atualização do preço mínimo do produto, congelado desde 2009; (iii) implantação de instrumentos de mercado que devolvessem a competitividade ao setor; e (iv) renegociação do passivo frente à falta de renda na atividade.
O primeiro êxito ocorreu em 31 de janeiro, quando o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou voto que concedeu prazo adicional de 60 dias para o pagamento da primeira parcela das operações de estocagem e das operações de custeio convertidas em estocagem, contratadas no ano passado, com recursos do Funcafé. A medida compreendeu os financiamentos com vencimento entre 1º de dezembro de 2012 e 31 de março de 2013. Dessa forma, o Governo atendeu parcialmente a um pleito do setor produtor, demandado pelo Conselho Nacional do Café