Caderno Campo
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Vila de Paranapiacaba, história e patrimônio ambiental vagões pelos planos inclinados da serra. Depois, o sistema sofreu algumas intervenções tecnológicas com a criação de novos planos inclinados e o desenvolvimento de um sistema chamado de locobreque que usava cabos de aço sem-fim para tracionar as composições.
Além da estação ferroviária e da torre do relógio, também foram erguidas edificações para alojar operários e engenheiros. Conhecidas como Vila Martim Smith ou Vila
Nova, essas edificações têm traçado ortogonal, com ruas principais e secundárias, além de setores residenciais com traçado retilíneo. O porte das residências correspondia à hierarquia de comando na empresa ferroviária.
Apogeu e decadência do transporte ferroviário
Por aproximadamente 60 anos, a Estrada de Ferro Santos–
Jundiaí foi vital para a expansão da economia cafeeira.
Calcula-se que, entre 1890 e 1930, tenham passado por ali cerca de 450 milhões de sacas de café de 60 quilos. No entanto, com o passar do tempo, a cafeicultura deixou de ocupar o posto de principal atividade econômica do país.
A industrialização começou a florescer e o Brasil dava os primeiros passos para diversificar sua economia. Nos anos
1930, após sucessivas crises de superprodução, ocorreu um grande processo de desvalorização do café. Com isso, muitas áreas de plantio foram desativadas (leia “Cafeicultura e ferrovias no Brasil”).
Nesse novo cenário, era inevitável que Paranapiacaba,
Emblemas que ainda podem ser encontrados nas máquinas e locomotivas de Paranapiacaba registram a presença da São Paulo Railway, das locomotivas de fabricação inglesa e dos vagões da Estrada de Ferro Santos–Jundiaí
Roberto Catelli Jr.
E
m tupi-guarani, paranapiacaba significa “lugar de onde se vê o mar”. A sabedoria indígena não podia ter sido mais precisa: a vila ferroviária, que surgiu em 1861 como acampamento para abrigar trabalhadores da companhia
São Paulo Railway (SPR), está