Caderneta de Campo

O uso da caderneta de campo para um geógrafo se desdobra em inúmeras funções, todas de importância inestimável para este. Se olharmos mais de perto, até mesmo a história literária de nosso país está interligada ao uso da caderneta de anotações. Isso fica explícito na obra "Os Sertões" de Euclides da Cunha, um escritor brasileiro. No livro, que descreveu a guerra de canudos, é uma obra de grande importância e que só pode ser criada através das anotações feitas por Euclides da Cunha em sua caderneta de campo durante o período em que presenciou a guerra. O autor poderia facilmente ser um geógrafo, visto que, a riqueza de detalhes expressada por este em sua obra mais conhecida é digna de um profissional da geografia.
Como pode ser percebido, a caderneta não é um instrumento importante apenas para aqueles que trabalham com a geografia. Escritores, jornalistas, agrônomos e até mesmo historiadores fazem uso dessa ferramenta que, apesar dos tempos cibernéticos atuais, ainda se faz importante e indispensável.
No artigo "Trabalho de campo: uma ferramenta essencial para os geógrafos ou um instrumento banalizado?" de Alentejano & Rocha-Leão, os autores refletem a respeito da importância dos trabalhos de campo atualmente. Para estes:
"Desde os primórdios da Geografia os trabalhos de campo são parte fundamental do método de trabalho dos geógrafos. Aliás, a sistematização da
Geografia enquanto ciência muito deve ao conjunto de pesquisas e relatórios de campo elaborados anteriormente por viajantes, naturalistas e outros, verdadeiro manancial de informações que foram essenciais para a construção das bases para o desenvolvimento da Geografia." (ALENTAJANO & ROCHA-LEÃO P.51)
A partir desta reflexão, pode-se ainda, associar os primeiros feitos geográficos ao uso da caderneta de anotações, pois esta, presume-se, foi usado por aqueles que formaram os primeiros trabalhos geográficos, historicamente falando.
Pode-se então concluir que o uso da caderneta de campo se faz