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CONSIDERAÇÕES SOBRE ABORDAGEM EM CRISE DE TRANSTORNOS MENTAIS EM HOSPITAL GERAL
Camila Campitelli Fernandes – Hospital Geral de Palmas

A reinserção da psiquiatria no hospital geral no decorrer dos anos acompanha a evolução do local que a loucura ocupa na sociedade. Em consonância com a proposta preconizada pelo Movimento da Reforma Psiquiátrica, as transformações que ocorrem na assistência em saúde mental e no campo teórico-conceitual, levam à novas formas de cuidados e à necessidade de uma reflexão sobre a assistência prestada a estes pacientes nos momentos de crise. A crise, se considerada como um momento investido de potencial transformador, tem, na qualidade de sua abordagem, significativa influência, pode ser capaz de determinar a aceitação e a adesão dessa pessoa às mudanças e ao tratamento. Contudo, por vezes pouco estruturada e com pessoas pouco comprometidas, perpetua o paradigma manicomial tradicional, com desprezo, desrespeito, violência e isolamento, aumentando a dor e sofrimento daquele que busca auxilio em um momento de fragilidade. (KONDO,2011)
O interesse em discutir a abordagem em crise no hospital geral provém de indagações em minha trajetória profissional enquanto médica psiquiatra. Integram os questionamentos trazidos pelo paradigma da reforma psiquiátrica, considerando as diversas formas e locais de acolhimento da loucura com as vivências da atuação em uma ala de psiquiatria no Hospital Geral de Palmas.
A análise se dará através de revisão de artigos disponíveis na literatura brasileira e possibilitará conhecer melhor esse instrumento de assistência e contribuir para discutir as práticas ai operadas .

1. Reforma Psiquiátrica

Por toda a historia, desde épocas mais remotas, vem sendo construídos sentidos e representações culturais acerca dos doentes e das doenças. Os povos antigos consideravam os doentes de uma forma geral, assim como os loucos, possuídos por deuses ou demônios ou atribuídos de uma verdade