Burgos
Capítulo III - As cidades e os burgos
As cidades que surgiram durante o século IX, não eram necessariamente "cidades", se as compararmos com os períodos medievais e modernos. Pirenne afirma isto através do texto:
"... as cidades que então aí encontramos foram privadas de dois dos atributos fundamentais das cidades da Idade Média e dos tempos modernos: uma população burguesa e uma organização municipal." (Pirenne, 2a edição, pág 49)
A vida na cidade é mais sedentária que a do campo, devendo ela oferecer, espaços para as reuniões importantes:
"... toda a sociedade sedentária experimenta a necessidade de oferecer aos seus membros centros de reunião, ou, se se quiser, lugares de encontro." (Pirenne, 2a edição, pág 49)
A necessidade de proteção contra os inimigos fez com que as pessoas contruíssem lugares, fortificações para se protegerem durante esses tempos ruins:
"A guerra é tão antiga como a humanidade, e a construção de fortalezas quase tão antiga como a guerra. As primeiras construções feitas pelo homem pareciam ter sido recintos de proteção. (...) Consiste num espaço de forma quadrada ou circular, cercado de baluartes feitos de troncos de árvores, de terra ou de blocos de rochas, protegido por um fosso e com aberturas para acesso. Numa palavra, é uma cerca." (Pirenne, 2a edição, pág 50)
Dessas cercas, surgiram as cidades:
"Em tempo normal, essas cercas permaneciam vazias. A população só ali afluía por motivo de cerimônias religiosas ou civis, ou quando a guerra a obrigava a refugiar-se nesse local com os seus rebanhos. Mas os progressos da civilização transformaram, a pouco e pouco, a sua animação intermitente numa animação contínua." (Pirenne, 2a edição, pág 50)
Pirenne mostra também a confusão que estes cidadãos faziam entre cidade e nação:
"A vida urbana aí se confundia com a vida nacional. (...) O sistema municipal identifica-se, pois, na Antigüidade com o sistema