Paul Kennedy mostra o porquê da Europa ter se sobressaído como potência quando outros impérios estavam em posições tão destacadas ou até de mais destaque que a Europa. Afirma que a Europa enfrentou menos obstáculos que esses impérios e soube se aproveitar disso, favorecendo o florescimento de sua atividade econômica e, em consequência, seu crescimento. Dá grande importância ao fato do poder político ser descentralizado (em grande parte devido à sua geografia que dificultava a imposição de um controle centralizado), o que impedia o sufocamento do comércio por um poder central. E, com o desenvolvimento das cidades- estado, surge uma corrida armamentista, com o desenvolvimento de novas tecnologias e armamentos, o que não ocorreu nos outros impérios, como a China da Dinastia Ming e o império Turco otomano, os impérios de maior proeminência na época. Ambos, por já terem um poder centralizado, não apresentaram essa corrida e decaíram a partir de então. A China, com toda sua tecnologia, seu exército e sua indústria de ferro, resolve se fechar em torno de si, parte devido à pressões mongóis em sua fronteira setentrional e parte devido ao conservantismo de sua burocracia. Além de serem contra o comércio e contra a manutenção de um exército para guerra. Isto emperra suas possibilidades de conquistar uma hegemonia. Enquanto o império turco otomano, uma verdadeira máquina de guerra, resolve se fechar devido aos enormes gastos para manter seu vasto território, além de seu poder centralizado e despótico atrapalhar o comércio. Abrem, então, o caminho para a Europa. Mas me parece um pouco exagerado creditar toda sobrepujança europeia apenas à sua descentralização e sua consequência. O que seria se a China não tivesse se fechado e investido em armas e expansão? E se os turcos tivessem objetivo o mesmo retorno das descobertas europeias no hemisfério ocidental e não tivessem parado seu imperialismo? Foi uma conjunção de fatores e incidentes que levaram a Europa a se tornar o centro