bulimia
Como relatado por Gerald Russell (1979) desde as primeiras descrições da bulimia nervosa caracterizou-se em sua forma típica, pela ingestão compulsiva e rápida de grande quantidade de alimento, com pouco ou nenhum prazer, alternada com comportamento dirigido para evitar o ganho de peso (como vomitar, abusar de laxantes e diuréticos ou períodos de restrição alimentar severa) e medo mórbido de engordar, O vômito auto induzido é extremamente comum, sendo encontrado em até 95% dos pacientes, provavelmente pelo seu efeito de redução imediata da ansiedade. Purgantes eram populares já na Idade Média. De fato junto com os eméticos (medicamentos para induzir o vômito) dominaram o arsenal terapêutico por muitos anos, sendo tudo o que um médico podia prescrever na época, O termo bulimia tem uma história muito antiga; deriva do grego "bous" (boi) e "limos" (fome), designando assim um apetite tão grande que seria possível a um homem comer um boi, ou quase. Entre os séculos XV e XVIII, diferentes variantes do termo, como os derivados do latim "bulimus" e "bolismos" ou do francês "bolisme", com o mesmo significado anterior, foram empregados na literatura médica na Inglaterra, França, Alemanha e Polônia, em meados da década de 70, pesquisadores identificaram sintomas bulímicos entre mulheres jovens de peso normal, A descrição histórica de 30 casos por Russell, em 1979, sugeria que o quadro seria uma estranha evolução da Anorexia Nervosa e, particularmente, do subgrupo dos anoréxicos bulímicos. Essas pacientes possuíam um "impulso irresistível para comer excessivamente", seguido de vômitos auto induzidos como forma de purgação e um medo mórbido de engordar. A perda de peso mínima ou ausente refere Russell, caracterizaria os piores medos das pacientes tornando-se realidade, Estudos posteriores demonstraram, no entanto, que apenas 20% a 30% dos pacientes bulímicos apresentavam, em sua história pregressa, um episódio de anorexia nervosa, geralmente de curta duração.