Brises
131.07ano 11, abr 2011
Considerações iniciais
Desde a sua sistematização como elemento de arquitetura presente na produção modernista nas décadas de 30 e 40 o brise-soleil passou a fazer parte da paisagem construída brasileira.
Concebido por Le Corbusier e presente em edificações emblemáticas como a Unidade de
Habitação de Marseille e o prédio do Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP), ao longo dos séculos XX e XXI, tem sido utilizado nas diferentes correntes de arquitetura nas mais variadas formas. As primeiras utilizações sistematizadas do protetor solar são creditadas a residências em Cartago, e as casas populares em Argélia e em Barcelona (1), ambas projetadas por Le Corbusier. Ao longo do século XX o brise-soleil passou a ser um importante elemento de arquitetura cuja função principal era o controle da radiação solar, possibilitando o acesso seletivo da luz do sol aos ambientes interiores. O brise-soleil em grande parte das tipologias modernistas era configurado por elementos horizontais, e/ou verticais, em concreto armado, caracterizando uma forte relação do material de construção com o elemento de arquitetura.
Com o passar dos anos foi surgindo uma grande resistência, por parte dos arquitetos, à utilização dos elementos de controle de radiação solar em decorrência da relação entre o elemento de arquitetura e sua forma tradicional de utilização, figura 1. Em contrapartida, em muitos projetos emblemáticos na arquitetura contemporânea, o protetor solar teve um peso considerável na composição do edifício, valorizando a dimensão tecnológica, conforme figura
2. Independentemente da maior ou menor ênfase compositiva, o brise-soleil reforça o caráter da edificação, ou seja, a definição do material que o compõe como também sua forma final são resultados de diretrizes estruturais iniciais do projeto de arquitetura. O brise-soleil não é um elemento de arquitetura