Brincadeiras como mediação de relações e potencialização do desenvolvimento (zdp)
Em diferentes culturas a brincadeira é considerada essencial para o desenvolvimento infantil. Historicamente, ela como lúdico sempre esteve presente na educação infantil, único nível de ensino que a escola deu passaporte livre (Lucariello, 1995 apud Queiroz et al, 2006). De acordo ainda com Queiroz (2006), a brincadeira vem sendo cada vez mais entendida como atividade que, além de promover o desenvolvimento global das crianças, incentiva a interação entre os pares, a resolução construtiva de conflitos, a formação de um cidadão crítico e reflexivo. Queiroz alega que a criança,um ser em desenvolvimento, estrutura seu brincar de acordo com o que é capaz de fazer em cada momento. Logo, de acordo com a sua idade, a criança apresenta diferentes formas de expressão, comunicação e relacionamento com o ambiente sociocultural no qual se encontra inserida. Com o decorrer de seu desenvolvimento, portanto, a criança será capaz de construir novas e diferentes competências, no contexto das práticas sociais, que irão lhe permitir compreender e atuar de forma mais ampla no mundo.
Pinheiro (2007) reconhece que brincadeira tem uma importância fundamental no processo de ensino/aprendizagem, “pois favorece a construção da reflexão, da autonomia e ainda da criatividade. O que consequentemente contribuirá para sua afirmação pessoal e integração social”.
Com seus estudos, Vigotsky (2003) constatou o brinquedo como uma grande fonte de desenvolvimento por criar uma zona de desenvolvimento proximal da criança. No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário. A brincadeira de faz-de-conta é outra grande aliada na criação da zona de desenvolvimento proximal, pois: ela permite que a criança aja em um cenário representando um papel específico de acordo com as regras de sua cultura. É visível que mesmo existindo