BRICS
Se os BRICS não promoverem mudanças sociais profundas e imediatas juntamente com o desenvolvimento econômico, testemunharemos o surgimento de potências globais riquíssimas com populações pobres e sem oportunidade de mobilidade social.
Os BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e recentemente África do Sul, vêm se destacando no cenário internacional devido ao crescimento econômico acelerado das duas últimas décadas, principalmente na China, Índia e Brasil. Analistas prevêem que, em 2015, os BRICS serão responsáveis por cerca de 22% do PIB mundial e provavelmente serão as potências globais de 2050. Por isso, o grupo se transformou em tema de muitos estudos e matérias jornalísticas ao redor do mundo, tendo quase sempre como ponto de análise o seu desenvolvimento econômico. Entendemos que o verdadeiro crescimento de um país só é possível se houver melhorias nas condições de vida de seus cidadãos. Desta forma, analisaremos aqui as desigualdades de recursos, vitais e existenciais que afetam as populações destas nações emergentes.
A questão chave deste estudo é se o crescimento econômico dos BRICS está promovendo simultâneamente a diminuição das desigualdades sociais internas e se a parte inferior da pirâmide social está sendo de fato beneficiada. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul concentram quase 50% da população mundial. Como argumenta Milanovic (2007), a melhora no bem-estar social destas pessoas representa uma queda na desigualdade global, aquela que considera as desigualdades entre os cidadãos do planeta independente de suas nações, como se o mundo fosse um único país.
Pobreza e Desenvolvimento Econômico
As desigualdades sociais são múltiplas e apesar de suas características distintas se relacionam e interagem entre si. É por isso que a análise das condições de vida de uma população requer uma reflexão multidimensional. Para Therborn (2006), essas dimensões referem-se aos seres