Brics
África do Sul nos Brics e a nova balança de poder mundial
1 O ingresso do país no grupo reforça visão de que o mundo está passando por amplas, complexas e profundas mudanças, marcadas pelo fortalecimento da multipolaridade e pela crescente interdependência
1 Por Analúcia Danilevicz Pereira*
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15/04/2012
Em abril de 2011, em Sanya, Hainan, na China, foi formalizada a entrada da África do Sul no bloco chamado Bric, por ocasião da III Cúpula que, então, adotou a sigla Brics. Juntamente com o Brasil, Rússia, Índia e China, esse país agora compõe o grupo definido pelo impacto que suas economias passaram a ter sobre a economia global, segundo estudo desenvolvido pelo economista-chefe do grupo financeiro Goldman Sachs, em 2001, intitulado Building Better Global Economic BRICs. A partir de então, o termo Bric fixou-se como categoria de análise nos meios econômico-financeiros, empresariais, acadêmicos e de comunicação.
Até 2006, os países que compunham o agrupamento não possuíam nenhum mecanismo que lhes permitisse alguma articulação. Na verdade, a ideia gestada em torno do Bric expressava a existência de países que, individualmente, tinham características que permitiam visualizá-los em conjunto, mas não como um grupo articulado. Entretanto, o conceito foi incorporado às políticas externas dos Estados envolvidos e o início do trabalho coletivo ocorreu na I Reunião de Chanceleres dos quatro países, organizada paralelamente à 61ª Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), em setembro de 2006.
Status e desafios
O convite para que a África do Sul se juntasse ao Bric teve um forte significado político e econômico para os países africanos. O país alcançou o status de potência média e dispõe de condições para liderar sua região como um espaço qualificado, pois domina, claramente, as relações comerciais em seu continente e possui um amplo setor financeiro. A África do Sul, ao compartilhar com