BRICS
Um dos mais graves problemas que acometem a Rússia atual diz respeito à questão das propriedades. Não tendo uma burguesia autocontrole e um empresariado preparado, as grandes empresas estatais de petróleo, gás, carvão, ouro, etc... Caíram em mãos de seus antigos administradores, de seus ex-gerentes. Eles usurparam aquelas propriedades que eram patrimônio público. A transição da propriedade coletiva para a privada foi desastrosa entre outras razões porque não resultou de um consenso. Um pequeno grupo de homens poderosos, uma oligarquia de arrivistas e oportunistas, tornou-se a nova classe dirigente da Rússia.
Chamaram-nos de os “Sete Boiardos”(*) e se equiparam aos “barões ladrões” surgidos na metade do século 19 nos E.U.A. Ao concentrarem quase toda a riqueza produtiva do país, exercem enorme influência junto a Boris Yeltsin e tem rejeitado aceitar as políticas tributárias dele. Em quanto isto os negócios médios e pequenos têm sido controlados por “máfias”, grupos privados que se apossaram de parcelas do mercado e rivalizam-se com os demais. Isto tornou Moscou uma das cidades mais violentas do leste europeu.
As indústrias deficitárias, por sua vez, com tecnologia obsoleta, ficaram ainda no controle do estado aumentando-lhe ainda mais o déficit público.
Para criar a sensação de que a Rússia partilhava do mundo do consumo, a administração Yeltsin abriu seu mercado interno aos produtos estrangeiros (grande parte deles de luxo), os quais, até pouco tempo, pagava com a exportação de grãos, petróleo e minerais.
Graças ao volumoso auxilio que recebia do Ocidente (tanto do FMI como dos E.U.A. e Alemanha) o governo russo conseguiu sobreviver às crises internas (a mais retumbante
(*) Os boiardos eram os antigos membros de uma oligarquia de nobres que governava a Rússia no século 16 e que foram exterminados pelo czar Ivan o Terrível na luta pelo poder. Os “sete boiardos” de hoje são: Boris Berozovski