Breve panorama do Teatro do Absurdo
Marcio Alex Pereirai
TEATRO DO ABSURDO
A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) devastou toda a Europa, deixando mais de sessenta milhões de mortos.
A partir desse trágico período da história da humanidade, muitos escritores passaram a expressar em suas obras um sentimento de indignação e perplexidade em relação à frágil – agora desprovida de sentido – existência humana.
Como em qualquer outro movimento artístico, os dramaturgos do chamado Teatro do Absurdo, buscaram em fontes passadas sua inspiração para a negação consciente da lógica, do realismo, da comunicação entre os homens, da possibilidade de explicar e, muito menos, de modificar o mundo.
Autores como Ionesco, Beckett, Adamov, Genet, Arrabal, Albee e Pinter, tiveram como influências figuras marcantes. Além dos comediantes da Arte, de Shakespeare e Molière, o Teatro do Absurdo herdou bastante dos teatros chamados de vanguarda.
PRÉ-CURSORES DO ABSURDO
Entre as principais influências do teatro de vanguarda para o teatro do absurdo, destacam-se nomes como Jarry, Brecht, Artaud e Camus.
Alfred Jarry (1873-1907), figura como um dos principais influenciadores do Absurdo. Dia 10 de dezembro de 1896, estreia Ubu Roi, provocando tanto escândalo quanto na estreia de Hernani, de Victor Hugo (1802-1885), que abriu a polêmica sobre o romantismo no teatro francês.
Ubu Roi nasceu de uma brincadeira de escola para satirizar um professor durante o colegial de Jarry. Um espetáculo de marionetes apresentado aos amigos. Cenário simples e figurinos fortemente estilizados confrontaram sua plateia burguesa com sua própria complacência, atitude, decisão e feiúra, descrevendo, a partir de uma definição subjetivista e expressionista, uma tendência do Teatro do Absurdo em expressar estados psicológicos por meio de sua objetivação no palco.
A peça de Jarry influenciou Guillaume Apollinaire (1880-1918) em Les Mamelles de Tirésias (Os Seios de Tirésias), apresentada vinte