Breve comentário acerca da temática da perspectiva, abordada em aula e no livro “a sensibilidade do intelecto”, de fayga ostrower
A construção histórica da Perspectiva na arte foi um tema abordado que me interessou bastante. Por acaso retirei o livro “A sensibilidade do intelecto”, de Fayga Ostrower na biblioteca e, a partir dessa leitura pude aprofundar um pouco mais minhas reflexões sobre o tema.
De acordo com a autora, a perspectiva é configurada a partir de três eixos, a altura, a largura e a profundidade, sendo que sequencias em superposição vão diminuindo sistematicamente do primeiro plano ao ponto de fuga. Entre cada uma dessas superposições se estabelece um pequeno intervalo, que corresponde às dimensões do espaço – o que está a frente e o que está atrás –, e do tempo – referente ao que está antes e o que está depois. Por essas propriedades, quanto mais o espaço se aprofunda, mais se condensa e se comprime, ao mesmo tempo que os intervalos do tempo ficam cada vez menores. O movimento da imagem acaba quando todos os eixos convergem, no ponto de fuga, que seria o limite também do espaço-tempo ou, nas palavras da autora, “o limiar do finito” (p.30).
Continuando a leitura, reconheci como verdadeira a ideia de observar o espaço “em termos de um imenso cubo vazio” (p. 31), onde tudo se torna mensurável, já que é possível medir as dimensões do cubo, ou seja, desse universo, a partir das características do primeiro plano. E observar o espaço nesses termos resoou em mim como “tudo que está para além do ponto de fuga se torna intangível, inalcançável”. E, por não ser possível ver, tocar, mensurar pensamentos, memórias, sentimentos e até a infinitude das coisas, creio que são esses os atributos desse “outro lado” do espaço-tempo.
A autora segue discorrendo sobre a importância do primeiro plano, que coincidiria também com a presença de um possível espectador. Para ela, qualquer padrão de espaço organizado na arte tem o espectador como “espelho das formas