Administração
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INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta resultados de uma trajetória de estudo que, motivada pelo desejo de superação das deficiências teóricas que cercam a formação do professor do ensino da Arte, no complexo contexto em que atua, levou-me a um esforço teórico sistemático no sentido de compreender as concepções e práticas adotadas pelos professores no ensino da arte.1 A partir desse trabalho monográfico surgiu, na perspectiva de aprofundamento, a idéia de compreender melhor a abordagem metodológica específica desta área de conhecimento, conhecida como Proposta Triangular para o ensino da Arte, sistematizada por Ana Mae Barbosa2. Na observação de trabalhos desenvolvidos por professores de Arte nas escolas, e principalmente, pelo fato dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte se embasarem nesta teoria (FISCH, 2006, p.2), apontou-se a forte influência da Proposta Triangular, indicando importantes discussões que giram em torno das questões de natureza epistemológica e metodológica da disciplina do ensino de Arte. A perspectiva traçada para a dissertação, então, foi a de, inicialmente, entender a trajetória da Proposta Triangular no campo do ensino de Arte brasileiro, a partir da produção teórica de sua autora. O processo de construção do trabalho exigiu a leitura possível no âmbito de um curso de mestrado dos livros de Ana Mae Barbosa, artigos, entrevistas e trabalhos acadêmicos publicados sobre esta temática em Universidades brasileiras produzidas no período de 1975 aos dias de hoje. Este primeiro diálogo com a Proposta Triangular apontou questões a discutir e provocou a curiosidade de se localizar e, de certa forma compreender melhor, quais foram as marcas deixadas por esta abordagem nos professores de Arte. Assim, interessou a este estudo verificar o dito, o dito nas entrelinhas e o não-dito do discurso dos professores de arte, das escolas municipais de Curitiba, cujos currículos são