Breve comentário acerca da gestalt
Acompanhamos o desenvolvimento da psicologia, das idéias iniciais de Wilhelni Wundt e de sua elaboração por E. B. Titchener à disseminação do comportamentalismo de Watson e Skinner, incluindo o desafio cognitivo no interior desse movimento, passando pelo desenvol vimento da escola funcionalista de pensamento. Enquanto essas idéias se formavam nos Estados Unidos, a revolução da Gestalt ia acontecendo na Alemanha. Tratava-se de mais um protesto contra a psicologia wundtiana, um testemunho adicional da importância das idéias de Wundt como inspiração para pontos de vista opostos e como base efetiva a partir da qual lançar novos sistemas de psicologia.
Os psicólogos da Gestalt referiam-se à abordagem wundtiana (tal como a compreendiam) como a psicologia do “tijolo e argamassa”, querendo dizer com isso que os elementos (os tijolos) eram mantidos juntos pela argamassa do processo de associação. Eles afirmavam que, quando olhamos para fora de uma janela, vemos imediatamente as árvores e o céu, e não pretensos elementos sensoriais, como brilhos e matizes, que possam constituir a nossa percep ção das árvores e do céu. Além disso, acusavam os wundtianos de afirmar que a nossa percepção dos objetos consiste apenas na acumulação ou soma de elementos em grupos ou coleções. Os psicólogos da Gestalt afirmavam que, quando os elementos sensoriais são com binados, forma-se algum novo padrão ou configuração. Juntemos algumas notas musicais e algo novo — uma melodia ou tom — surge da combinação, uma coisa que não existia em nenhum dos elementos individuais ou notas. Em termos sucintos: o todo é distinto da soma de suas partes. Deve-se observar, no entanto, que Wundt reconhecia esse ponto em sua doutrina da