Brasilia
Foucault apresenta a hipótese de que em toda sociedade a produção de discursos é controlada, com o objetivo de retirar os poderes e os perigos e conter acontecimentos aleatórios nessa produção. Esses procedimentos dividem-se em externos e internos.
Processos externos
Limitações impostas pela sociedade à produção de discursos. Vêm de fora e neles interferem. Dividem-se em três: interdição da palavra, segregação da loucura e vontade de verdade.
• Interdição da palavra: definição do que pode ser dito em cada circunstância. Divide-se em três: tabu do objeto (exemplo: suicídio na mídia), ritual da circunstância e direito privilegiado ou exclusivo de quem fala.
• Segregação da loucura: o discurso do louco, segundo Foucault, "não pode transmitir-se como o dos outros": ou ele é tido como nulo, ou é dotado de poderes especiais, como de prever o futuro.
"Mendel dizia a verdade, mas não estava no verdadeiro do discurso biológico de seu tempo", diz Foucault a respeito das disciplinas.
• Vontade de verdade: a vontade de verdade e as instituições que a cercam exercem pressão sobre a produção discursiva. Ele cita como exemplo a subordinação da Literatura Ocidental ao verossímil e ao natural impostos pela Ciência.
Processos internos
São aqueles que partem do próprio discurso com a função de classificar, ordenar e ditar sua distribuição. Dizem respeito às dimensões de acontecimento e do acaso do discurso.
• Comentário: há um desnível entre os discursos recorrentes ("são ditos"), constantemente revisitados, e os corriqueiros ("se dizem"). Aos que recorrem a outros maiores, dá-se o nome de comentário. Através desse desnível há a possibilidade da criação de diversos discursos, onde os comentários, independentemente de sua aparente novidade, hão sempre de ser uma repetição do texto primeiro.
• Autor: não deve ser entendido como a indivíduo que produz o discurso, mas sim como um "princípio de agrupamento do discurso", um