Brasil
O Brasil é um país marcado pela desigualdade no que se refere ao acesso à assistência médica. Uma conjunção de fatores – como a ausência de políticas públicas efetivas nas áreas de ensino e trabalho, assim como poucos investimentos – tem contribuído para que a população médica brasileira, apesar de apresentar uma curva constante de crescimento, permaneça mal distribuída pelo território nacional e com baixa adesão ao trabalho na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente nas áreas de difícil provimento. Estas são algumas das conclusões do segundo volume da pesquisa Demografia Médica no Brasil: cenários e indicadores de distribuição, desenvolvida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em parceria com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), e coordenado pelo pesquisador Mario Scheffer, que também é ativista no campo da Aids e preside o Grupo Pela Vidda de São Paulo. A pesquisa será apresentada oficialmente à imprensa em coletiva na sede do CFM, no dia 18 de fevereiro, às 11h00.
Entre os principais dados trazidos pela pesquisa estão a distribuição dos médicos no País. Em outubro de 2011, os registros apontavam um total de 371.788 médicos em atividade no Brasil, tendo havido um grande crescimento entre as décadas de 1970 e 1980. Em 1970 havia 58.994 médicos, número que cresceu 530% até 2011, ao passo que a população cresceu 104,8%. A pesquisa destaca que a escalada dos médicos se dá num cenário onde as mulheres e os mais jovens tendem a ser maioria. A média é de 1,95 médico por 1.000 habitantes no País.
“O Brasil assistiu a um crescimento exponencial histórico do número de médicos em atividade e conta hoje com substancial reserva de profissionais em atividade, resultado da conjunção de vários fenômenos: maior crescimento da população de médicos do que a população em geral, maior entrada do que saída de médicos do mercado de trabalho, aumento expressivo na