Brasil
A massa assada no forno, feita de farinha de cereais, água e sal, popularmente conhecida como Pão, sagrou-se, ao longo de milênios, como um alimento capaz de satisfazer o corpo e a alma. Dos pães cônicos do Egito antigo até os dias atuais, o alimento ganhou a mesa de diferentes povos, conquistando o Brasil seja pelas mãos do colonizador Português, seja pelos imigrantes europeus que construíram no país sua nova pátria.
No entanto, segundo revela o sociólogo Gilberto Freyre, até o século XIX a produção e o consumo do pão no país eram poucos difundidos. Nos tempos coloniais, imperava o Beiju de tapioca no almoço e no jantar, o pirão escaldado ou a massa de farinha de mandioca, feita no caldo de peixe ou de carne.
Um bom exemplo da evolução do consumo de pão no País pode ser observado em documentos históricos da província do Rio de Janeiro. Na obra viagem pitoresca e histórica ao Brasil, publicada em Paris, de 1834 a 1839, o pintor francês Jean Baptiste Depret narra detalhes sobre passagens sobre paisagens e costumes brasileiros, observados no período de 1816 a 1831, na publicação, depret afirma decepcionado, que a província do Rio de Janeiro contava com apenas três padeiros, um número insignificante para padrões franceses, já que o pão era um ingredientes fundamental na dieta alimentar do povo.
Essa situação mudaria rapidamente. Uma década depois, o número de padeiros no Rio subiu para mais de 30, conforme registra o Almanaque Laemmert-nome pelo qual ficou conhecido o Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial da Corte e Província do Rio de Janeiro. A edição de 1887 do Almanaque Laemmert já reuniria propagandas e verbetes sobre mais de 180 Padarias e fábricas de Pão e Biscoitos.
Cento e quinze anos depois, o Estado do Rio de Janeiro conta com mais de 7,3 mil padarias. Em São Paulo, são 11 mil e em todo o Brasil,52 mil estabelecimentos comerciais dedicam-se á fabricação artesanal e comercialização de pães. Um mercado que movimenta