brasil
Furtado se contrapõe radicalmente à visão dos historiadores que o precederam. Em primeiro lugar, ignora qualquer surto manufatureiro significativo nos primeiros anos do século XIX. De acordo com seu modelo, não haveria lugar para tal surto em uma economia sem mercado interno e com fraco desempenho do setor exportador. Ademais, a abertura dos portos em janeiro de 1808 promovera uma grande redução nos preços das mercadorias importadas da Inglaterra dificultando, ainda mais, um potencial crescimento do setor manufatureiro no Brasil. No que toca às baixas tarifas de importação sobre os produtos ingleses concedidas pelos tratados de 1810, decisão estendida posteriormente (e ampliados mais tarde) a todos os países, elas foram apenas uma dificuldade a mais. A crítica de Furtadonão só redime o Tratado de 1810 da responsabilidade pelo atraso da industrialização brasileira, mas atribui à própria redução das tarifas nele acordada