brasil holandes
As invasões holandesas foram o maior conflito político-militar da colônia. Embora concentradas no atual Nordeste, não se resumiram a um episódio regional. Fizeram parte do quadro de relações internacionais entre os Estados europeus: foi uma luta pelo controle do açúcar, bem como das fontes de suprimento de escravos. Houve duas frentes interligadas, embora distantes: Brasil e África.
A resistência foi caracterizada por um esforço financeiro e militar baseado em recursos locais e externos. Os recursos levantados na colônia representaram dois terços dos gastos entre 1630 e 1637, com tropas majoritariamente europeias; e quase a totalidade do gasto entre 1644 e 1654, com tropas mormente pernambucanas.
Embora não aceito por alguns, pode-se falar no surgimento de um sentimento de nacionalismo brasileiro. A batalha de 19 de abril de 1648 resultou na vitória do "exército patriota", integrado por combatentes das três raças formadoras da nacionalidade brasileira. Porém, a resistência, com certeza, foi um marco do nativismo.
O conflito iniciou-se no contexto da chamada Dinastia Filipina ("União Ibérica", no Brasil), período que decorreu entre 1580 e 1640, quando Portugal e as suas colônias estiveram inscritos entre os domínios da Coroa da Espanha.
À época, os neerlandeses lutavam pela sua emancipação do domínio espanhol. Apesar de algumas províncias terem proclamada a sua independência em 1581, a República das Províncias Unidas, com sede em Amsterdã, apenas teve a sua independência reconhecida em 1648, após o acordo de paz de Münster, quando se efetivou a sua separação da Espanha.
Durante o conflito, uma das medidas adotadas por Filipe II de Espanha foi a proibição do comércio espanhol com os portos neerlandeses, o que afetava diretamente o comércio do