Brasil Holandês - Economia
Antes de falarmos dos holandeses no nordeste brasileiro, vamos contextualizar historicamente os fatos: Em 1578, Portugal tinha como rei D. Sebastião, desaparecido em uma guerra contra os Árabes no norte da África na qual seu corpo jamais foi encontrado. O parente mais próximo na linha sucessória foi seu tio-avô D. Henrique, com 66 anos de idade, que falesceu em 1580 sem deixar descendentes. A Dinastia de Avis chegou ao fim. Surgiram várias disputas político-militares entre os pretendentes a sucessão, sendo vencida pelo rei da Espanha Filipe II, que invadiu e conquistou Portugal, além de subornar o alto escalão. Tem assim início a união Ibérica, quando Espanha e Portugal estiveram sob uma mesma coroa, a de Filipe II.
Dentro deste contexto, algumas províncias espanholas situadas no norte da Europa, conquistaram a sua independência, á custa de muitas batalhas, e proclamaram a República. Entre essas províncias estava a Holanda, cuja sua capital Amsterdã era considerada a cidade burguesa mais importante da Europa. Como represaria, Felipe II proibiu o intercambio comercial das suas colônias com os holandeses (bloqueio econômico) conhecido como embargo espanhol. O Brasil, que possuía laços estreitos com os holandeses na produção e venda do açúcar nordestino teve que interrompê-los. Mas a burguesia de Amsterdã não tinha a intensão de abandonar um negócio tão lucrativo, e que tinha como fonte fornecedora os engenhos de açúcar do Nordeste.
Com o controle do açúcar brasileiro passando para as mãos dos espanhóis, os holandeses partiram para a retomada dos negócios, criando uma Companhia de Comércio voltada para tal: a Cia das Índias Ocidentais, que não era obra isolada de alguns comerciantes, mas sim de uma organização acionária (investimentos capitados por ações).
Além de exercer a atividade comercial, a Cia das Índias Ocidentais tinha autorização do governo holandês para organizar tropas e estabelecer colônias. Foi os que eles tentaram fazer no Brasil