Botulismo
O botulismo foi descrito pela primeira vez na Alemanha, no século XVIII, após um surto associado ao consumo de salsichas de produção doméstica, a origem do nome vem deste fato, pois botulus em latim significa salsicha.
O microorganismo foi identificado em 1897, na Bélgica, quando Emile Pierre Van Ermengen descreveu um surto em 23 membros de um clube de músicos que adoeceram e três dos casos evoluíram a óbito devido à ingestão de presunto contaminado. Nessa ocasião, identificou-se a toxina botulínica do tipo A. Em 1904, foi identificada a toxina tipo B. Em 1943, foi descrito o botulismo por ferimento e, em 1976, o botulismo infantil, atualmente conhecido como botulismo intestinal. A partir da década de 80, foram relatados casos de botulismo associadas ao uso de drogas inalatórias e principalmente injetáveis, dados ao reuso de materiais contaminados.
A distribuição da doença é mundial, com casos esporádicos ou surtos familiares, em geral relacionados à produção e conservação de alimentos de maneira inadequada.
No Brasil, a notificação de surtos e casos isolados passou a ser feita de forma sistemática a partir de 1999. Na maioria deles, a toxina identificada foi a do tipo A e os alimentos mais envolvidos foram conservas realizadas artesanalmente.
O botulismo é uma doença grave, de alta letalidade, que deve ser considerada uma emergência médica e um caso de saúde pública, a suspeita de um caso deve desencadear a imediata comunicação entre os profissionais da área da assistência e técnicos de vigilância epidemiológica. Para minimizar o risco de morte e sequelas, é essencial o diagnóstico rápido e que o tratamento seja instituído precocemente por meio das medidas gerais de urgência. A pronta investigação epidemiológica é básica para prevenir outros casos porventura decorrentes da ingestão de uma fonte alimentar comum e que pode estar ainda disponível para consumo.
Recentemente houve um surto de botulismo no interior de São Paulo, em Santa Fé do Sul,