Bossa Nova
A Bossa Nova começou a nascer nas reuniões de amigos da classe média do Rio de Janeiro, em apartamentos como o de Nara Leão. Estes músicos plantaram nestes encontros as sementes do que viria a ser conhecido como Bossa Nova. Este movimento apareceu em um momento único da cultura brasileira, final dos anos 50 e princípio da década de 60, contexto de euforia e muita esperança no futuro brasileiro - simbolizado pela construção de Brasília, a nova capital do país no Planalto Central.
A princípio, apenas se pretendia criar uma nova maneira de cantar e tocar samba, mas tempos depois a junção deste ritmo e do jazz norte-americano consagraria a Bossa Nova como um dos estilos musicais nacionais mais celebrados em todo o planeta. A simples evocação desta expressão já desperta a lembrança de João Gilberto, dos eternos parceiros Vinicius de Moraes e Tom Jobim e da musa Nara Leão.
Em um certo dia de agosto, em 1958, a bossa nova fez sua estréia oficial no cenário musical, com o lançamento pelo selo Odeon do vinil de 78 rotações do baiano João Gilberto, contendo a canção Chega de Saudade, praticamente um hino bossa-novista, composto por Tom e Vinicius. O controvertido intérprete imortalizou, a partir de então, os acordes dissonantes que marcariam este estilo, genialmente ironizados em Desafinado, de Tom e Newton Mendonça.
Além da marcante presença do jazz nas batidas da Bossa Nova, alguns estudiosos destacam também a presença do movimento impressionista, traduzido pelos compositores eruditos Debussy e Ravel, bem como elementos da cultura americana do período posterior à Segunda Guerra Mundial. Esta vertente musical foi assim batizada quase sem querer, antes de uma das famosas reuniões do grupo de artistas que já propagava este balanço em apresentações então conhecidas como ‘samba sessions’, referência à união samba-jazz. Em fins de 1957, um grupo de músicos – Carlos Lyra, Ronaldo Bôscoli, Sylvia Telles, Roberto Menescal e Luiz Eça –, que iria expor seu trabalho no