BONDE CHAMADO DESEJO EXERCICIO CENA VIII
1476 palavras
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CENA VIII BLANCHE (subitamente) - Stanley, conta uma piada! Uma história engraçada que nos faça rir. Não sei o que há que estamos todos tão solenes. Será que é por que meu namorado me abandonou? (Stella ri debilmente) É a primeira vez em toda a minha experiência com os homens, e eu tive muitos e variados, que alguém me abandona. Eu não sei o que fazer... Mas conte-nos uma história, Stanley. Alguma coisa engraçada que nos faça rir. STANLEY - Eu não sabia que você gostava das minhas histórias, Blanche. BLANCHE - Gosto delas quando são divertidas, mas não indecentes. STANLEY - Não sei nenhuma fina para seu gosto. BLANCHE - Então deixem-me contar uma, Stella. STELLA - Sim, conte uma, Blanche. Você costumava saber uma porção de histórias boas. BLANCHE - Deixe-me ver, agora. Preciso lembrar o meu repertório. Ah! Sim... Eu adoro histórias de papagaio! Todos vocês gostam de histórias de papagaio? Bem, esta é a historia de uma solteirona que tinha um papagaio. Um papagaio que blasfemava e sabia mais palavrões que o senhor Kowalski! STANLEY - Hunnn! BLANCHE - E o único meio de fazer o papagaio calar-se era cobrir a gaiola com um pano, porque assim ele pensava que era de noite e dormia. Um belo dia a solteirona tinha acabado de descobrir a gaiola, quando, quem é que ela viu entrando pela porta da frente? O padre! A solteirona correu e cobriu a gaiola. O papagaio ficou absolutamente silencioso, quieto como um rato. Mas de repente quebrou o silêncio e disse: "Padre dos diabos, como o dia ficou curto". (Atira a cabeça para trás e ri. Stella também faz um inútil esforço para parecer divertida.) BLANCHE - Bem. Pelo que eu vejo o senhor Kowalski não gostou da piada. STELLA - O senhor Kowalski está demasiado ocupado em se engordurar e se emporcalhar um pouco para pensar no que quer que seja! STANLEY - É isso mesmo, meu bem. STELLA - Seu rosto, seus dedos, dão nojo, de tão engordurados. Vá lavar-se e venha ajudar-me a tirar a mesa. (Ele atira um prato