Bom E Mal
Uma espécie de reflexão antropológica iniciou-se com as grandes navegações e as descobertas de “novas terras”, onde os europeus acabaram conhecendo povos de culturas diferentes das suas. Desta forma iniciou-se um debate entre os europeus para tentar definir se estes novos povos eram realmente humanos.
Neste período destacam-se duas ideologias diferentes. Uma delas seria a recusa do estranho, que visualizava o diferente como algo não humano. E a outra seria a fascinação pelo estranho, que visualizava o diferente como sendo um ideal de homem. [2]
Estas duas formas de se analisar o diferente ainda podem ser vistas atualmente, pois em nossa sociedade muitos ainda visualizam o “selvagem” como sendo bom ou mau, ou seja, esta forma de pensar ainda é um resquício do pensamento europeu do século XV. Também estas diferentes construções desta “alteridade fantasmática” não têm muita relação com a realidade. Pois, o outro, simplesmente é utilizado como suporte de um imaginário cujo lugar de referencia nunca é a América, Taiti, África, etc., mas sim são apenas objetos pretextos que podem ser mobilizados para uma exploração econômica, militar ou religiosa. O outro não é considerado para si mesmo. [3]
Esta questão da alteridade esta intimamente ligada ao conceito antropológico de cultura, que por sua vez passou e ainda passa por uma grande transformação.
O primeiro conceito de cultura foi definido por Tylor, que organizou um conjunto de idéias em um conceito. Pois ele utilizou-se das idéias de Locke, Turgot, Rousseau, para a elaboração da sua definição de cultura.
Cultura para Tylor, foi definida como: “um todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”. [4]
Já para Kroeber, cultura nada tinha haver com o biológico, pois para ele o fator cultural pode se sobrepor ao biológico, sendo capaz de transformar o ser humano. Esta afirmação está em