Boituva 4 b
SUA QUEDA
A situação política de Floriano Peixoto estava umbilicalmente ligada ao poder dominante no País. Com o término da guerra em 1945, movida por 03 (três) ditadores, Mussolini, Hitler e Hiroito, todos derrotados, não havia mais condições para os demais ditadores em diferentes regiões do mundo, inclusive, o Brasil, com Getúlio Vargas, se manterem à frente dos seus respectivos governos. As manifestações pela redemocratização do País sufocavam os aparelhos repressores do Estado Novo, implantado em 1937. Assim mesmo, vendo-se acuado, Getúlio tentou suscitar, em seu favor, o apoio das classes trabalhadoras e o de grupos do Conselho Nacional do Petróleo, da Companhia Vale do Rio Doce, etc., pretendendo perpetuar-se no poder. Foi aí que surgiu o movimento, criado por esses grupos, denominado “queremista”, dado que sua palavra de ordem era “Queremos Getúlio!”. Mas, outros setores das classes dominantes, do capital internacional e das Forças Armadas chegaram à conclusão de que Getúlio não mais representava os seus interesses e dele retiraram o seu apoio. Destarte, aos 29 de outubro de 1945, os Chefes militares da ocasião, liderados pelo Gal. Góes Monteiro, Ministro da Guerra, depuseram Getúlio. Assumiu o poder, o presidente do Supremo Tribunal Federal, José Linhares, que garantiu a realização das eleições. Era o fim da longa ditadura de 15 anos, imposta ao País pelo caudilho dos pampas que, se de um lado, dava uma no cravo, agradando as massas populares urbanas, instituindo direitos como férias, aposentadoria e salário mínimo, de outro, dava outra na ferradura, reprimindo, com mão de ferro, seus opositores, através do seu não menos famoso, mas de triste memória, Chefe de Polícia, Filinto Müller. Caindo o ditador, automaticamente também vieram abaixo, como a queda de um castelo de cartas, todos os seus subalternos, desde os mais próximos colaboradores até o mais afastado funcionário “de confiança”. Entre esses se contava Floriano