Boias frias e peões
Muitas dessas pessoas são analfabetas ou semianalfabetas que se sujeitam ao trabalho no campo em diversas culturas, quase sempre em períodos de colheitas, geralmente em baixas condições de trabalho e salarial. O termo boia-fria designa um indivíduo que executa um trabalho na zona rural sem a obtenção de vínculos empregatícios.
A expressão boia-fria é proveniente do modo como eles se alimentam, pois saem para o trabalho de madrugada e já levam suas marmitas, como não existem meios para esquentá-las, ingerem a comida fria.
O termo boia-fria foi difundido no centro-sul do país, quando trabalhadores sazonais eram chamados para trabalhar em colheitas, esses geralmente viviam, e ainda vivem, em áreas periféricas dos municípios e os atravessadores são os responsáveis pelo recrutamento.
O boia-fria dirige-se para o trabalho entre quatro e cinco horas da manhã, momento em que o caminhão passa para transportá-los até a plantação, o motorista do transporte executa a negociação, quanto ao valor pago pelo trabalho, pois cada indivíduo ganha por aquilo que produz, ou seja, o valor é resultado da quantidade de toneladas ou arrobas colhidas.
A carga horária varia entre dez e doze horas diárias e somente trinta minutos para o almoço e esse, como foi dito anteriormente, é consumido frio, no fim da tarde os trabalhadores são levados de volta para casa e no outro dia repetem a mesma rotina.
Nas entressafras os trabalhadores ficam sem trabalho e buscam serviço em outras regiões, dessa forma vivem migrando de uma região para outra. O fluxo desses trabalhadores fica entre os Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, atuando especialmente na colheita de