Bocage
Partindo da premissa do sociólogo Comte, de que “todo homem nasce bom e é a sociedade que o corrompe”, temos em Dorian Gray um exemplo perfeito para justificar essa teoria sociológica.
Dorian Gray é o personagem central de uma história extremamente trágica e fantástica. Um jovem de cerca de 17 anos, dono de uma beleza narcizesca, que fascina a todos que o conhecem, sejam eles mulheres ou homens, tem seu retrato pintado por um devotado amigo. Na noite em que o retrato é terminado, Dorian conhece Lorde Henry Wotton, abastado e libertino amigo do Pintor Basílio Hallward. Lorde Henry, é o burguês com traços aristocratas clássico (cínico, preconceituoso, sarcástico e bon vivant ao extremo), depois de alguns minutos com Dorian, deixa-o completamente perturbado, colocando em sua cabeça questões até nunca imaginadas pelo rapaz, como o do fim da vida e degradação de seus bens mais preciosos (beleza e juventude), devido à atuação do tempo sobre a carne.
Dorian extremamente perturbado com tudo isso e em um momento de grande desespero, em um terrível rompante contra seu amigo Basílio, por ter despertado nele o conhecimento da beleza que até então ele mesmo não conhecia; roga aos céus para que ele nunca envelheça e toda a ação do tempo sobre ele, além da marca dos pecados que cometesse dali em diante fosse transferida á pintura.
Mais calmo e inconsciente do pedido que fez, estreita-se à amizade entre Dorian e o Lorde, sendo Basílio colocado gradativamente de lado. Mas o mais inacreditável esta por vir. Possuído pela mesma paixão que o fizera perder a cabeça quando seu quadro ficou pronto, Dorian Gray acaba conhecendo a jovem Sibyl Vane, uma adolescente atriz que por seu amor dedicado à arte de atuar, conquista o amor de Dorian. O fim trágico dessa história de amor e outros acontecimentos levam a uma drástica mudança na personalidade, até então em formação, desse personagem. E é nesse contexto que ele percebe a alteração em seu quadro e que fantasticamente, o