Bocage
Desde cedo teve uma vida muito sofrida, perdeu sua mãe quando ainda era uma criança, saiu de casa ainda na adolescência, serviu na Marinha de Guerra e parte para Lisboa, onde se envolve com a vida intelectual e boêmia do lugar. Apaixona-se por Gertrude que foi inspiração em alguns de seus poemas, e, em seguida sofre uma desilusão amorosa ao descobrir que o seu amor casara-se com seu irmão. Decepcionado, entrega-se a vida boêmia e desregrada. É expulso da Nova Arcádia, preso e condenado por “pensamentos libertinos”, e é transferido pra o mosteiro dos Oratorianos.
Bocage mostra-se um poeta atraído pelos clássicos gregos e de sua terra, e tem como modelo Camões, dando continuidade a tradição neoclássica como um verdadeiro discípulo, e, consequentemente contribuiu para o surgimento de uma nova estética, o Romantismo. O poeta viveu numa época de transição, período de revolução, conturbado. Dessa forma, pôde experimentar sentimentos contraditórios, no que diz respeito ao sentido de vida e arte, próprios de um período denominado Pré-romantismo. Sua obra reflete essa instabilidade.
A poesia lírica de Bocage apresenta duas vertentes principais: a poesia lírica e a satírica. Na poesia lírica, o poeta compõe idílios, odes epigramas, cantatas, elegias, canções, epístolas, cançonetas, sonetos, etc. Mas foi com os sonetos que alcançou o mais alto grau de seu talento lírico, sendo considerado pelos críticos como o maior poeta português do seu século “(...) Bocage vem sendo invariavelmente considerado um dos três maiores sonetistas da Língua, ao pé de Camões e Antero”. (MOISÉS, 1980 p. 129).
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