Bocatorta conta a história de um negro horroroso, com a boca torta e a gengiva parecendo uma ferida com pedaços de dentes, pernas tortas e pés desalinhados. Ele morava no mato da fazenda do coronel Zé Lucas. Vargas, que contava do tal negro a Eduardo, era noivo de Cristina, a filha do coronel. O doutor ficou interessado pelo negro e quis conhecê-lo, assim, no dia seguinte iriam visitá-lo. Cristina não se animou com a visita, pois quando criança metiam medo nela usando a imagem do Bocatorta e até pouco tempo tinha pesadelos em que o negro a perseguia. Eduardo, então, incentivou-a a acompanhá-los, porque nada melhor que a realidade para curar os enganos da imaginação. No jantar falaram sobre um caso que corria na cidade: no túmulo da Luizinha, moça morta recentemente, foi encontrado a terra fuçada e pegadas estranhas a humanos e a animais. E dessa vez o padre tinha visto também, não só o coveiro. Na manhã seguinte, todos foram ver o Bocatorta. Cristina fez todo o caminho calada e temerosa. Quando chegaram à tapera, o negro saiu da porta que mal passaria um homem rastejando e ficou ali no cercado junto com seu cachorro magro e sarnento. Cristina e sua mãe, d. Ana, se afastaram de imediato e evitaram olhá-lo. Eduardo, após ver o monstro, se afastou também. Logo estavam de volta. No dia seguinte, Cristina amanheceu febril, foi diagnosticada a pneumonia e no décimo dia ela morreu. Eduardo, na noite da morte de Cristina foi visitar o túmulo de sua ex-noiva. Andando pelo cemitério à procura do túmulo dela, deparou-se com um corpo alvo agarrado por um outro, negro como carvão. Eduardo saiu correndo e só parou quando chegou à casa do coronel. Contou que mexiam no túmulo de Cristina, o que fez sairem o coronel, o capataz e Eduardo. O último ficou no meio do caminho desmaiado. O coronel e o capataz foram atrás do necrófilo Bocatorta e quando já o tinham preso, chamaram Eduardo. Iam matar com um tiro o negro, mas Eduardo deu uma sugestão melhor. Jogaram-no pântano que tinha na