Blocos economicos
A grande tendência atual da globalização da economia reflete-se principalmente numa tentativa liberalização de barreiras alfandegárias e fiscais ao comércio internacional.
No final dos anos 80 e início dos 90 assiste-se a um grande processo de liberalização comercial especialmente dos países em desenvolvimento. Esta liberalização, como ressalva Gonçalves (1996) não se fez sem a existência de forças contrárias ao multilateralismo. Este protecionismo atualmente se manifesta de formas mais sutis do que a imposição de tarifas alfandegárias ou de desvalorizações cambiais, surge em função do próprio acirramento da concorrência internacional e dos problemas enfrentados pelos países durante o período. Contra esta tendência de ampliação de práticas protecionistas é que pode ser entendida a oitava rodada de negociações na esfera do Gatt, a chamada Rodada Uruguai que se encerrou recentemente.
Tal rodada de negociações teve por objetivo a retomada de práticas de transações internacionais menos discriminatórias e a maior liberalização comercial, discutindo especialmente os esquemas protecionistas não tarifários. Nesta rodada também se procurou incluir novas discussões no âmbito do Gatt, como a dos produtos agrícolas e têxteis e temas como propriedade intelectual, tecnologia e investimentos externos. Além disso, buscaram-se novos mecanismos para a solução de conflitos, sendo neste sentido criada a Organização Mundial do Comércio (OMC) em substituição ao GATT. As negociações nesta rodada, contudo, mostraram-se bastante difíceis e os avanços conseguidos não foram de grande radicalidade, mas de qualquer modo houve fortalecimento do multilateralismo comercial apesar de este não estar garantido. Na década de 80 assiste-se também ao crescimento dos acordos e dos mecanismos de integração regional, tendo como principais exemplos o fortalecimento da Comunidade Econômica Europeia, a criação do Nafta na América do Norte, a área de livre comércio asiática e o Mercosul. A