Blade Runner Caçador de Andróides Resenha
Universidade do Grande Rio- UNIGRANRIO
O filme Blade Runner – O Caçador de Andróides é certamente uma obra repleta de simbolismos e múltiplas interpretações e, mesmo tendo sido produzido em 1982 tornou-se filme cult, detentor de uma estética visual marcante e visionário na abordagem de temas científicos e sociais que estão em pauta no mundo contemporâneo. Força de trabalho constituída artificialmente, consciência, rebelião, o processo de reificação do ser... o homem que domina e explora a natureza, centrado na cultura do eu e dissociando-se tanto do coletivo quanto do planeta, figuram, desta forma, na obra cinematográfica, como uma alegoria das contradições do capitalismo, cientificismo exacerbado, que configuram a visão do homem desde a modernidade que, segundo Gérard Fourez, teve sua origem na nova visão de mundo do homem burguês, cuja finalidade era, além de suplantar a aristocracia, a de domínio do mundo e controle do meio ambiente, tendo o indivíduo como agente central com um trabalho intelectual descorporificado e impessoal dissociado do coletivo, tal qual o engenheiro genético Tyrel que visa dominar tanto a terra quanto planetas visinhos através da escravidão de hominóides. A obra tem em seu eixo temático o desenvolvimento da sociedade do capital como o desenvolvimento ampliado de suas contradições sociais, seja no campo da técnica e da tecnologia, seja no da sociabilidade e subjetivadades humanas e também do ecossistema urbano-social. O estranhamento atinge o trabalho e a reprodução social, o que significa que desefetiva a memória e a identidade do homem, dilacerando seus referentes de espaço-tempo, comprimindo-os e imprimindo neles sua marca indelével. A manipulação de homens e coisas assumem dimensões cruciais. A sociedade burguesa hipertardia tende a se tornar uma imensa coleção de múltiplos objetos-mercadorias complexas criadas pelas novas tecnologias de