Bioética
A fusão da ética com a ciência da vida deu origem à Bioética, como uma ética da vida, integrando a cultura humanística à técnico-científica das ciências naturais.
O vocábulo bioético indica um conjunto de pesquisas e práticas pluridisciplinares, objetivando elucidar e solucionar questões éticas provocadas pelo avanço das tecnociências biomédicas.
É fato que a ciência caminha mais rápido que a reflexão ética sobre determinados assuntos. A humanidade ainda não encontrou respostas para diversas questões éticas. Diante do rápido progresso das pesquisas biológicas, algumas regras sobre bioética correm o risco de estarem defasadas no momento de sua promulgação.
Evidencia-se uma dificuldade na aproximação ciência/ética e a implantação de um cientificismo que, muitas das vezes, flutua sobre todas as pretensões do humanismo; contudo, não devemos esquecer que os estudiosos da ciência não estão apenas comprometidos com esta, já que, em última análise, ela existe para o ser humano.
Nas palavras do Professor Olinto Pegoraro, a bioética é a disciplina ética que se formou em torno de pesquisas, práticas e teorias que visam interpretar os problemas levantados pela biotecnologia e biomedicina. Por isso, a ela é necessariamente interdisciplinar e de identidade instável pois não é uma filosofia global, nem uma ética geral e muito menos uma ciência. Ela se situa na confluência do saber tecnocientífico, especialmente biológico, com as ciências humanas como a sociologia, a política, a ética e a teologia.
Neste amplo espaço é fundamental que a bioética mantenha sua identidade filosófica quando discute pressupostos éticos, esclarece conceitos e valores e toma decisões sobre situações concretas como, por exemplo, pronunciar-se pró ou contra a clonagem humana. Por isso mesmo a bioética, que precisa conviver com o marco teórico e prático, está longe de ser uma teoria ética precisa, com objetivos bem determinados. Felizmente ela é