Bioética e Aborto
1.0- Religião Bioética e Aborto
No Brasil é notável a presença da Igreja Católica na esfera pública tanto na intervenção com relação a questões sociais a reforma agrária, entre outras. Entretanto a atuação da Igreja Católica quanto a questões sociais é marcada por dúvida, pois adota um discurso progressista voltado para certos problemas, e apoia posições conservadoras do Vaticano no tocante à reprodução e à sexualidade (ROSADO-NUNES, 2002). A religião destaca-se tanto na sociedade brasileira, que foi tema da campanha da fraternidade (CF) de 2008 e a CNBB ajudou a criar várias pastorais, entre elas a da família, que nesta os assuntos a serem abordados são à contracepção, sobre a dignidade da pessoa e em defesa da vida humana, isto é, contra o aborto, o que inclui a promoção do “dia do nascituro”. Outra comissão estratégica é a Pastoral da Criança, uma organização considerada progressista por sua atuação de assistência às famílias e educação a fim de superar a mortalidade infantil, mas que está engajada nas campanhas pró-vida e antiaborto (ANJOS, 2007).
“No caso da Igreja Católica, as tarefas de interpretação são sempre monopolizadas pelo Vaticano: por teólogos especialmente habilitados, autorizados e legitimados a sacramentar que pode ser aceito como verdadeiro. Para ela, só existe um critério da verdade a ser aceito: o critério teológico ou da fé. Baseada na ideia de que o homem é um ser irrepetível, criado à imagem e semelhança de Deus, a Igreja Católica se afirma radicalmente contrária a qualquer tentativa de interrupção de uma gravidez, considerando que com isso se estará impedindo o nascimento de uma pessoa” (KALSING, 2002).
Uma das discussões centrais a respeito do problema do aborto gira em torno da questão do início da vida humana, ou seja, pergunta-se sobre qual seria o momento exato em que o embrião pode ser considerado um ser humano. Neste debate, manifestam-se pessoas com posições e pontos de vista muito diferentes.