Bioética do dia a dia
Adriana Cardoso de Moraes1
Caio Seixas Soares2
Moira Helena Maxwell Penna3
4
Reinaldo Ayer de Oliveira
A Bioética surgiu na década de 1970 como um fenômeno cultural; segundo Leone, emergiu da exigência, cada vez mais presente no seio da sociedade contemporânea, de reformular as suas estruturas, na esteira das genuínas indicações éticas.
Ampliando a conceituação, a Bioética passou a designar os desafios éticos gerados pelos avanços das ciências biológicas e médicas, que atingiram seu auge com a divulgação ampla (diretamente relacionada ao desenvolvimento dos meios de comunicação) do poder do homem de interferir de modo eficaz nos processos de nascimento e morte.
O termo foi criado e posto em circulação em 1971, no livro do americano Van Rensselaer Potter,
Bioethics: bridge to the future.
Na ocasião, Potter referia: “O propósito deste livro é contribuir com o futuro da espécie humana promovendo a formação de uma nova disciplina, a disciplina da Bioética”. Ressaltava que, se existiam duas culturas que pareciam incapazes de falar uma com a outra – ciência e humanidades –, e se isto fazia parte das razões para que o futuro se mostrasse tão incerto, então possivelmente nós teríamos de estender uma ponte para o futuro. Essa ponte, segundo Potter, seria a Bioética: uma disciplina que deveria acompanhar o desenvolvimento científico, com uma vigilância ética. Na medida em que se estrutura como disciplina, incorporando uma dimensão social, a Bioética torna-se, por natureza, pluralista, complexa e necessariamente multidisciplinar. Com a retomada da cultura humanista, caracterizada pela sua visão antropocêntrica do mundo, e para lidar com os conflitos de valores, a Bioética, desde sua origem, tem se ocupado de questões estruturais da humanidade, aceitando e respeitando os diferentes valores e tentando construir consensos para o convívio social, responsabilizando-nos pelas tomadas de decisão.
Por entender que o ser humano não