biotecnologia
A Ciência vive uma situação delicada entre o ímpeto de aumentar o conhecimento, e a expectativa de transformar esse conhecimento em aplicações práticas e úteis para a sociedade. Vive sob o questionamento da sociedade quanto à legitimidade, praticidade e veracidade do conhecimento científico.
Mas, desde os gregos, a Ciência tem se desenvolvido com crescente impacto, e hoje reina quase de forma absoluta, com status de "visão oficial" da sociedade sobre o Universo. Até porque não há nenhum outro modelo que consegue medir e prever com tanto sucesso e previsão, e a nossa sociedade "técnica-tecnológica" de hoje depende 100% desta Ciência "oficial".
O impacto benéfico das descobertas científicas não é igualmente distribuído por todas as pessoas e isso parece paradoxal, pois a Ciência e as suas aplicações deveriam ter como objetivo a melhoria da qualidade das nossas vidas, a educação, a compreensão das pessoas sobre a sua realidade... Mas, não houve, de modo algum, uma divisão igualitária dos benefícios do que a Ciência se propõe a fazer e faz.
Há um consenso de que as aplicações da Ciência devem se desenvolver para o bem-estar do Homem. Quando a Ciência pode interferir no bem-estar das pessoas e a distribuição desse benefício não acontece, trata-se de uma questão referente à economia, às finanças, à organização do espaço geopolítico, etc., o que não é uma discussão central para este Seminário. Devo, então, afirmar que a Ciência, em si, não tem a responsabilidade direta sobre isso. Ela pode contribuir com o pensamento sobre essa realidade, mas não tem uma responsabilidade