Bioquímica
Dessa água, eu nunca beberei - incluir-se ou excluir-se, eis o dilema!
Por Jorge Márcio Pereira de Andrade
Conta um antigo relato oriental, daqueles que têm um conteúdo 'parabólico', que Deus preveniu aos homens na Terra que haveria um grande Tsunami, seguido de um terremoto que tragaria todas as águas da terra, trocando-as por outras que enlouqueceriam a todos os seres humanos no mundo. Somente um profeta, um ermitão, tomou esta profecia como verdade. Procurou trazer para sua toca, no alto do monte, vários baldes de água, por ele considerada "pura", para que não lhe faltasse este elemento essencial nos dias que se seguiram. Pouco tempo depois veio o tsunami e o terremoto, que transformou a todas as águas em um novo líquido vital e produziu uma espécie de loucura coletiva, um grande ataque histérico em massa, tornando naturalizada a carnavalização da vida cotidiana, o que fez com que todos acreditassem que era ele, o profeta, o único louco.
Diz esta estória que o profeta recolheu-se à sua caverna, ficando contente por ter sido o único precavido e prudente. Porém, com o passar do tempo, surgiu uma insuportável solidão, que crescia a cada dia que passava. O profeta saiu de sua caverna várias vezes em busca de alguém idêntico a ele, porém só foi discriminado e intolerantemente afastado de todos os outros seres humanos. Eles eram agora ainda mais diferentes dele. Então o profeta, tornando um filósofo humanista tomou uma sábia decisão: tirou toda a água "pura" que havia guardado somente para ele, bebeu da água "nova e impura" e se incluiu entre os seus semelhantes na "nova loucura" instituída.
Esta metáfora é uma provocação e uma busca de reflexão sobre a posição de isolamento e de fechamento narcísico em nossos movimentos individuais de estranhamento diante das diferenças e da diversidade humana
Idade Mídia
Nossos tempos, por mim denominado de IDADE MÍDIA, é um tempo de aparente coletivização de todos os espaços, como por exemplo, as